Triste/Alegre
"Mas afinal, por que esse triste foi lá sabendo que o pessoal não gosta dele lá?!
Sei lá, foi de alegre!"
JACU RABUDO TEM TERCEIRA EDIÇÃO
por Marilia Woiciechowski
Hein Leonard Bowles, professor titular aposentado de Língua Inglesa da
UEPG, apresenta em “Jacu Rabudo: a linguagem coloquial de Ponta Grossa”,
locuções investigadas ao longo de três anos que se seguiram à
publicação da versão original.
Hein Leonard Bowles diverte-se e
diverte os leitores com as novas locuções que caminham nas 177 páginas
do livro Jacu rabudo: a linguagem coloquial em Ponta Grossa, edição
revista e ampliada (Toda Palavra Editora) que tem solenidade de
lançamento, em 7 de dezembro, às 20h, nas Livrarias Curitiba do Shopping
Palladium. O professor doutor Hein Leonard apresenta, nesta terceira
edição, locuções investigadas ao longo de três anos que se seguiram à
publicação da versão original. “Preservei todos os capítulos e a eles
incorporei grande parte desse material, por meio do acréscimo de mais
algumas falas e diálogos e a ampliação de outros já existentes”. O autor
destaca, ainda, que criou um capítulo novo, intitulado ‘Você joga cu de
galinha!’, que recupera um curioso acervo de expressões do jogo de
bolinhas de gude usadas antigamente em Ponta Grossa.
No
prefácio do livro, Edson Armando Silva, historiador da UEPG
(Universidade Estadual de Ponta Grossa), assinala que, na obra, o
trabalho do professor Hein é semelhante ao do arqueólogo, dizendo que
“mas ao invés da coleta minuciosa de cacos de cerâmica ou artefatos de
pedra ou osso, ele recolhe fragmentos de falares”. Prossegue: “A seguir
vai, da mesma maneira que os arqueólogos, cuidadosamente recriando os
contextos das falas, que nos permitem entender um pouco mais da
complexidade cultural produzida localmente”. O historiador Edson Armando
ressalta que o texto do ‘Jacu Rabudo’ consegue reunir características
raras no mundo acadêmico: precisão e rigor no recolhimento das fontes,
prazer e bom humor na apresentação dos resultados e uma profunda
sensibilidade à semântica da cultura popular ponta-grossense.
Tudo em Conversa
Professor titular aposentado de Língua Inglesa da UEPG, Hein Leonard,
quando escorrega a mão num texto deixa claro: escrever é um momento de
responsabilidade com a palavra – e tarefa que se constitui em sinal dos
craques na arte de transformar coletas em obras que são referência como o
sotaque de Ponta Grossa no ‘Jacu Rabudo’. Como na espontaneidade das
conversas do dia a dia, o professor Hein, editor-chefe da Todapalavra,
leva o leitor no embalo do sotaque local em situações como: ‘Deu aio!’,
‘Não tem sabugo que tape!’, ‘Muito bem carçado!’, ‘Vá cobra do
Bartolo!’, ‘Tudo escafiotado!’, ‘Buenarada!’, ‘Debuiando água!’, ‘No
tempo que o diabo era piá!’ – e ‘Quando você casá a muié é tua!’.
“Alguns diálogos, é bem verdade, podem ter restado um pouco forçados
talvez, mas esse é um risco que tive de correr. Afinal, é difícil
enquadrar todo um corpus dentro desse mesmo modelo, transformando tudo
em conversa”, diz o autor.
O professor Hein explica que este
livro é, em alguns aspectos, um pouco diferente de seus congêneres que
registram falares regionais do Brasil. “Sua organização não é
alfabética, por verbetes; ela é semântica, grosseiramente falando, já
que o texto se divide em tópicos, cada um deles anunciado por meio de
uma expressão coloquial que sugere determinado cenário”. Também observa
que, não reclama exclusividade para Ponta Grossa no que respeita à
linguagem levantada em seu estudo, o que fica claro no subtítulo do
livro, que traz “a linguagem coloquial em Ponta Grossa”, e não “de Ponta
Grossa”. Ainda no tocante às palavras e expressões registradas na obra
diz que “com certeza, não se limitam ao espaço geográfico do município
de Ponta Grossa, acrescentando que “a linguagem se espraia para muito
além de nossas fronteiras, de modo que a compartilhamos, orgulhosamente,
com outras cidades e regiões vizinhas”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário